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Década de 1980: lista de ouro da Darkflix

Sem dúvida, a década de 1980 foi um dos melhores períodos para o gênero do terror. A crescente popularidade remanescente dos filmes independentes dos anos 1970 aumentou o interesse do público em tais produções nos anos seguinte. A demanda alimentou a realização de inúmeros longas e os estúdios cinematográficos lançaram um catálogo amplo de títulos nessa época.

A maioria dos lançamentos ocorridos entre 1980 e 1989 carregam muita experimentação e inovação, não necessariamente na mesma medida, mas ainda assim, originaram clássicos indispensáveis para fãs do gênero e cinéfilos. Alguns não envelheceram bem, outros permaneceram atemporais e foram responsáveis por influenciar uma leva de futuros cineastas e suas produções.

Poderíamos, facilmente, elaborar uma lista com mais de 50 obras do período, mas refinamos a escolha e selecionamos 15 títulos que merecem ser revistos (ou vistos pela primeira vez), considerando sua relevância. E caso você fique em dúvida, ainda selecionamos alternativas aos escolhidos. Vamos lá?

Lista de ouro da Década de 1980

O ILUMINADO (1980)

Considerado um dos melhores filmes do cinema (já figurou em várias de nossas listas), “O Iluminado”, de Stanley Kubrick, é o resultado da adaptação do livro homônimo de Stephen King, o gênio do horror. Após receber críticas mistas na década de 1980, acabou se eternizando como um dos longas mais relevantes do gênero, graças, em partes, a atuação lendária de Jack Nicholson e a direção detalhista de Kubrick. Outro trunfo da produção é a sua trilha sonora incômoda e os momentos de ausência de som, que mantém o espectador tenso até o final do filme. Na trama, um escritor em crise aceita a proposta de, junto à esposa e o filho pequeno, hospedar-se num hotel afastado, durante um rigoroso inverno, para trabalhar como zelador. Ali, ele terá todo o isolamento necessário para escrever. Mas, aos poucos, a família desvenda os segredos do local e descobre o passado terrível de quem já morou nele.

DIA DOS NAMORADOS MACABRO (1981)

Olha ele! Figurando em mais uma lista da Darkflix. Em “Dia dos Namorados Macabro”, um serial killer transforma o dia mais romântico do ano em uma data sangrenta, sádica e mortal. Munido de uma picareta, máscara e roupas de mineração, o assassino inicia uma onda de mortes violentas após o anúncio da volta do famoso baile de dia dos namorados, que não acontecia há vinte anos na pacata cidade de Valentine Bluff. Após receber o coração de uma das vítimas do psicopata, o delegado e o prefeito decidem cancelar o evento temendo se tratar do retorno de Harry Warden, um minerador que enlouqueceu depois de um terrível acidente na mina onde trabalhava e acabou sendo internado em um hospício. Descontentes, os jovens do local decidem fazer uma festa em segredo no refeitório da antiga mina.

O filme segue o estilo slasher em alta na época, é um clássico dos clichês que nos presenteia com um serial killer mascarado, uma lenda urbana, vários adolescentes que só querem festejar (apesar dos inúmeros alertas) e várias mortes sangrentas. E o melhor, se passa nos dias dos namorados. É muito amor…

O ENIGMA DE OUTRO MUNDO (1982)

Um queridinho da Darkflix. Arriscamos dizer que é o melhor da década de 1980. Dirigido pelo mestre Jonh Carpenter, acompanhamos uma estação de pesquisa na Antártica durante o inverno de 1982. Certo dia, seus integrantes avistam a aproximação do helicóptero da estação de pesquisa norueguesa. Os tripulantes estão tentando, a todo o custo, matar um cachorro que escapou de sua base. A aeronave norueguesa sofre um acidente matando todos que estavam em seu interior. Os membros da equipe dos EUA decidem voar para a base norueguesa para investigar a situação e descobrem que todos estão mortos ou desaparecidos. Eles também encontram os restos de uma estranha criatura queimada e decidem leva-la para estudos, poia acreditam se tratar de um ser alienígena. Pouco tempo depois, fica claro que o alienígena pode assumir e assimilar outras formas de vida, incluindo humanos, se espalhando como um vírus. Ação, tensão, humor e repleto de efeitos práticos incríveis.

CREEPSHOW- ARREPIO DO MEDO (1982)

Esta antologia foi dirigida por George A. Romero, considerado o criador dos filmes de zumbis modernos pela sua obra “A Noite dos Mortos-vivos”. Desta vez, Romero nos apresenta uma trama assustadora baseada na obra de Stephen King. Na história, um pai tira das mãos do filho, a revista Creepshow e joga no lixo. Com o vento abrindo as páginas, revelam-se histórias como a de um pai vingativo morto-vivo, um meteoro que cai numa fazenda afetando a plantação e ao próprio fazendeiro, um casal de adúlteros voltando da morte e uma caixa com algo vivo dentro. É uma obra assustadora e exagerada, uma das melhores antologias do terror.

ACAMPAMENTO SINISTRO (1983)

Antes mesmo de “Sexta-Feira 13” fomos presenteados com um dos clássicos mais cultuados dos anos 1980: “Acampamento Sinistro”. A trama envolve um assassino em série em um acampamento e possui uma das cenas de encerramento mais perturbadoras do cinema – calma, não daremos spoilers. O objetivo do diretor Robert Hiltzik era realizar um longa de serial killers que fosse interessante e fizesse as pessoas pensarem. Após um traumático acidente, Ângela e seu primo Ricky vão passar as férias no acampamento Arawak, lá a jovem conhece Paul, Judy e Meg. Logo, mortes estranhas começam a acontecer levantando as suspeitas sobre vários personagens do longa. Com um orçamento limitado, a história segue com mortes criativas e desdobramentos arrebatadores.

CUJO (1983)

O filme é uma das primeiras obras de King a ser adaptada para o cinema e conta a história de um enorme São Bernardo chamado Cujo. O cachorro é o animal de estimação do pequeno Brett, que vive com a família em um sítio no interior de uma pequena cidade dos Estados Unidos. Certo dia, ao perseguir um coelho, o cão entra em uma caverna e é mordido por um morcego. Em pouco tempo, o dócil cachorro se transforma em uma fera ameaçadora. Brett e sua mãe acabam se tornando prisioneiros dentro do carro da família enquanto a fera tenta incessantemente atacá-los.

“Cujo” faz parte da safra de tramas que investiram no tema “animais assassinos” no final da década de 1970 e permaneceram nos anos seguintes. Ele, certamente, é um dos melhores. É tenso, assustador e ainda causa sentimentos ambíguos: te faz ter ódio e amor pelo vilão peludo.

A HORA DO PESADELO (1984)

Freddy Krueger, um dos vilões mais icônicos da história do terror, faz o seu debut em “A Hora do Pesadelo” primeiro filme da franquia. Wes Craven, diretor e escritor da obra, recentemente contou que se inspirou em fatos reais para explorar o terror de uma forma quase poética. Craven, se baseou em uma série de mortes misteriosas em que vítimas de constantes pesadelos morriam durante o sono. No filme, o espírito monstruoso de um assassino de crianças busca vingança invadindo os sonhos de adolescentes cujos pais foram responsáveis por sua morte prematura. Para escaparem vivos os jovens precisam acordar do pesadelo! Para dar um ar mais sombrio à história, mais de quinhentos galões de sangue falso foram utilizados no filme que logo se tornou um clássico do gênero slasher. Ah, Johnny Depp está no elenco!

A VOLTA DOS MORTOS-VIVOS (1985)

Lançado em 1985, “A Volta dos Mortos-Vivos” apostou no subgênero zumbi com pinceladas de humor. A junção foi certeira, o diretor e roteirista Dan O’Bannon conseguiu assustar e divertir a plateia apresentando o mito dos mortos-vivos de uma forma diferente. Aqui os zumbis correm, antecipando o que só seria visto em “Madrugada dos Mortos, em 2004, e também falam. O projeto inicial era criar um tipo de continuação do clássico de George A. Romero, “A Noite dos Mortos Vivos” (1968), porém O’Bannon transformou o longa em uma homenagem satírica que se tornou um cult da década de 1980. Na trama, dois funcionários desajeitados em um armazém de suprimentos médicos acidentalmente liberam um gás mortal no ar, os vapores fazem com que os mortos ressuscitem como zumbis. “A volta dos Mortos-Vivos” faz parte de um dos subgêneros mais populares da década de 1980.

COMBOIO DO TERROR (1986)

Vagamente inspirado no conto “Caminhões”, do livro “Sombras da Noite”, “Comboio do Terror” foi o primeiro e único longa dirigido por Stephen King. Na trama, um pequeno grupo de pessoas se vêm encurralados em uma típica parada de caminhoneiros por maquinas e caminhões que parecem ter adquirido vida própria. Sob a influência de uma força maligna causado pela passagem de um cometa, as enormes carretas atropelam e matam qualquer pessoa que tenta fugir do local. A obra conta com o ator Emilio Estevez, estrela de “O Clube dos Cinco” e “O Primeiro Ano do Resto das Nossas Vidas”, ambos lançados do ano anterior. Destaque para a trilha sonora do longa, composta pela banda de rock AC/DC. O longa não é perfeito, há exageros e uma certa cafonice, mas é isso que o torna maravilhoso.

A MOSCA (1986)

“A Mosca” está entre os principais filmes da carreira do cineasta David Cronenberg. E marcou uma geração na década de 1980. O longa é o remake do clássico “A Mosca da Cabeça Branca”, de 1958, que por sua vez foi baseado no conto “The Fly”, de George Langelaan. Nesta versão, Seth Brundle é um cientista envolvido na criação de uma máquina de teletransporte. Após alguns testes com animais, Brundle decide ele próprio testar a invenção. Entretanto, quando entra no aparelho, o cientista não percebe que uma mosca também está lá e seu corpo acaba se fundindo geneticamente com o material biológico do inseto. Aos poucos a aparência física de Seth começa a se transformar em algo grotesco. Os desdobramentos dramáticos da história envolvem a jornalista Veronica, com quem o cientista mantém um relacionamento amoroso. A maquiagem nojenta e abominável foi criada pelo renomado Chris Walas, supervisor dos efeitos especiais da obra.

HELLRAISER – RENASCIDO DO INFERNO (1987)

Um clássico da década de 1980. “Hellraiser” representa com perfeição os horrores sombrios e distorcidos da obra escrita por Clive Barker. Na trama, em busca de novas experiências sexuais, Frank adquire um cubo misterioso que o leva a uma dimensão dominada pelos Cenobitas, criaturas horripilantes que se alimentam do sofrimento de suas vítimas. Após vários anos, Frank consegue escapar e retorna deformado à sua antiga casa que agora é ocupada pelo seu irmão e sua esposa Julia, antiga amante de Frank. Para ter seu corpo humano de volta ele convence Julia a lhe providenciar algumas para que ele possa beber o sangue delas e se regenerar. O longa é referência do horror nos anos 1980 e um clássico moderno do gênero que transformou o personagem Pinhead, líder dos Cenobitas, em um ícone do terror do cinema.

UMA NOITE ALUCINANTE 2 (1987)

Seis anos após o sucesso do primeiro filme, Raimi e Campbell retornaram com a sequência “Uma Noite Alucinante 2”. A obra frequentemente é confundida como um remake do antecessor, afinal, por que o personagem de Bruce, Ash, visitaria uma cabana obviamente assombrada na floresta duas vezes seguidas? Na realidade, é uma mistura de sequência e remake, pois os criadores do segundo filme queriam recapitular os elementos da história do anterior, mas não tinham os direitos autorais de usar imagens do original. Na trama, Ash e a sua namorada Linda vão para uma cabana isolada em um bosque sombrio. Quando chegam ao local, encontram uma fita de áudio abandonada por um professor. Quando coloca a fita para tocar, Ash mais uma vez desperta as forças malignas da floresta e dá início à um banho de sangue. A história também conta com outros personagens, incluindo um arqueólogo e sua filha que terão que ajudar o herói. A sequência possui uma aprovação de 95% no site Rotten Tomatoes.

O original, do início da década de 1980 já é um grande filme, mas aqui, a trama foi refinada, ganhou mais humor e o personagem central se solidificou como um dos mais duradouros do terror.

TETSUO – O HOMEM DE FERRO (1989)

As obras japonesas também têm espaço nessa lista. “Tetsuo, O Homem de Ferro”, é um filme atemporal, de baixo orçamento que brinca com o universo cyberpunk e o cinema trash. O longa mostra uma visão sombria de um futuro controlado por máquinas. Na trama, o personagem-título é atropelado por um homem de negócios que foge do local sem socorrer a vítima. Após o acidente, o fugitivo percebe que está sendo gradualmente afetado por um tipo de doença, que pouco a pouco transforma partes de seu corpo em peças de metal. Logo, ele descobre que Tetsuo não morreu no atropelamento e que de alguma forma ele está por trás de sua metamorfose. Dirigido por Shinya Tsukamoto, o longa é considerado por muitos uma obra de arte pelos efeitos especiais, fotografia e trilha sonora que dão um tom obscuro e industrial à película.

BONECOS DA MORTE (1989)

Neste clássico do terror, somos apresentados ao um grupo de paranormais que se encontram em um hotel para investigar um possível segredo egípcio que dá vida a objetos inanimados. Logo, eles descobrem que a lenda é verdadeira, e os bonecos que estão espalhados pelo local, além de estarem vivos, protegem tal segredo e o seu mestre. A partir disso, os integrantes do grupo começam a ser mortos violentamente. O filme foi produzido pela Full Moon Pictures, responsável por várias obras do horror e contou com o roteiro criativo de Charles Band e Kenneth J. Hall, grandes nomes do cinema de gênero. Graças a eles, o público foi apresentado aos maléficos bonecos Tunneler, que possui uma broca na cabeça; Pinhead, com cabeça de alfinete e mãos gigantescas; Blade, o espadachim; Six Shooter, um cowboy com seis braços; Torch, que usa uma máscara de ferro e um lança-chamas; Jester, o coringa; e a fatal Leech Woman, uma boneca que solta sanguessugas pela boca. Praticamente um “Toy Story” às avessas.


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